Número de pacientes com Alzheimer deverá quadruplicar até 2050
Com o aumento da longevidade, o impacto de uma doença que afeta o cérebro vem crescendo no mundo todo. Especialistas estimam que a doença de Alzheimer vá afetar mais de 115 milhões de pessoas até o ano 2050 e apesar de as pesquisas na área continuarem avançando, a doença continua sem uma cura. Só no Brasil, estimativas indicam cerca de 1,2 milhão de casos e a maioria ainda estaria sem diagnóstico. Por isso, o dia 21 de setembro é marcado como dia de alerta mundial para a doença de Alzheimer e a data é utilizada por órgãos de saúde internacionais que buscam concentrar esforços e aumentar a conscientização sobre a doença.
Estimativas apontam que a cada 68 segundos, uma pessoa desenvolve a doença de Alzheimer no mundo e especialistas acreditam que, caso não haja alterações nas taxas anuais, até 2050 o número de pacientes quadruplique – hoje seriam 35,6 milhões no mundo, segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (ABraz). Nos Estados Unidos, o Alzheimer é a sexta principal causa de morte e, entre as dez principais, é a única que não tem cura ou que possa ter uma interrupção da progressão. A pesquisa sobre a doença se torna ainda mais necessária com o aumento da expectativa de vida.
Um amplo estudo feito com mais de 700 amostras de tecidos cerebrais de pacientes com a doença de Alzheimer, além de outros distúrbios neurodegenerativos, foi divulgado por pesquisadores da Clínica Mayo, de Jacksonville, na Flórida. A especialista em neurociência Minerva Carrasquillo, pesquisadora da Clínica Mayo, explica que a principal dificuldade em encontrar uma droga que cure e previna a doença tem sido encontrar drogas que possam cruzar a barreira entre o sangue e o cérebro sem produzir efeitos colaterais sérios.
Carrasquilo explica que existem evidências que indicam que a patologia da doença de Alzheimer se inicia com o acúmulo de uma proteína chamada beta-amilóide. Esse acúmulo resultaria em uma cascata de eventos que terminam com a destruição de neurônios, em regiões do cérebro essenciais para a preservação da memória e das funções cognitivas. “Ainda que os tratamentos já desenvolvidos para reduzir o acúmulo dessa proteína tenham apresentado efeitos colaterais, temos feito progresso nas tentativas de eliminá-los”, explica.
De acordo com a pesquisadora Minerva Carrasquillo, falar de cura tem sido muito difícil até então, mas milhares de cientistas ao redor do mundo trabalham nesse objetivo e diariamente surgem novas informações que deixa essa meta mais próxima. “Os medicamentos disponíveis atualmente apenas diminuem a progressão dos sintomas e, infelizmente, o benefício é, com frequência, imperceptível. Por isso, há tanta urgência em descobrir melhores tratamentos”, alerta.